A sede da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no Rio de Janeiro, recebeu, nos dias 1º e 2 de julho, encontros técnicos importantes para o avanço do Projeto Santa Quitéria (PSQ). Participaram das discussões especialistas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), da INB e da Galvani S/A – empresas que, em consórcio, lideram a iniciativa.
Na abertura do evento, o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN (DRS/CNEN), Alessandro Facure, e o presidente da INB, Adauto Seixas, destacaram a importância do evento. As reuniões tiveram como objetivo principal atualizar as informações sobre o PSQ, visando as próximas etapas do licenciamento das instalações do empreendimento.
O grupo técnico multidisciplinar da CNEN, composto por especialistas da DRS, do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e dos Distritos de Fortaleza e Caetité, também contribuiu para as discussões. Os profissionais são especialistas em reatores, ciclo do combustível nuclear, gestão de rejeitos radioativos, processos operacionais, geologia, hidrogeologia, proteção radiológica ocupacional e ambiental, segurança física e normatização.
O coordenador de Instalações do Ciclo (CODIN), Paulo Marinho, destacou a importância das reuniões técnicas para a atualização dos estudos conduzidos pelo Consórcio Santa Quitéria, que servirão de base para o desenvolvimento do projeto das futuras instalações do complexo mineral. Esses elementos serão analisados, nas próximas etapas do licenciamento, pelos especialistas da CNEN sob a ótica da segurança.
Os representantes do consórcio apresentaram dados relevantes sobre o projeto, incluindo o layout das instalações, o processo operacional, o balanço de radionuclídeos, os controles radiológicos ocupacionais e ambientais, a gestão de rejeitos, além de modelagens geológica, hidrogeológica e de impacto ambiental atmosférico.
A expectativa, segundo Alessandro Facure, diretor da DRS/CNEN, é que encontros técnicos como este passem a ocorrer de forma periódica. “Esse diálogo contínuo é essencial para que possamos acompanhar, com profundidade, os aspectos técnicos do Projeto Santa Quitéria ao longo de sua evolução”, afirmou.
Facure ressalta que, diante da complexidade e relevância do empreendimento — tanto do ponto de vista estratégico quanto sob a ótica da segurança nuclear e radiológica — é fundamental que a autoridade reguladora mantenha uma interlocução técnica sistemática com os responsáveis pela iniciativa. “Nosso papel é garantir que cada etapa do desenvolvimento observe, de forma rigorosa, os requisitos normativos aplicáveis”, completou.